segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O REINO DE VALDECACOS


Foi com pompa e circunstância que no reino Portucalense, mais concretamente na sua capital Lisboa, em frente ao Tejo donde há 500 anos saíram as caravelas que nos levaram à descoberta das Índias e do Brasil, mas antes disso nos levaram a penetrar nesse misterioso continente que é África, onde durante séculos mantivemos um império, que nos trouxe mais problemas que riquezas, mas nos permitiu ter um conhecimento único daquelas gentes, dos seus costumes, das suas artes e do seu pensamento politico e social. Mais de 30 anos depois do fim da guerra com que terminou o colonialismo, graças à revolução de Abril que depôs o regime que o cria perpetuar, foi bom de ver a cimeira de reis e chefes de estado Africanos e Europeus reunidos de igual para igual, procurando enterrar ressentimentos e paternalismos obsoletos.
São fracos os índices de desenvolvimento em Africa? É um facto.
Os regimes (alguns senão a grande maioria), são corruptos e cleptocráticos? É verdade.
Os direitos humanos não são respeitados na maioria dos reinos? Também é verdade. Mas não será isolando e humilhando publicamente esses regimes para continuar a negociar por baixo da mesa, que podemos mudar as condições de vida das populações. A SIDA a malária os confrontos tribais e a fome, são alguns dos flagelos que levam prematuramente milhões de vidas todos os anos em África. É fulcral o empenhamento dos Europeus na ajuda à resolução destas questões, seja através de organismos das Nações Unidas, como a OMS e a FAO, seja através do organismo da ONU para os refugiados onde o Visconde do Fundão Dom Toneca Guterres tem feito um trabalho meritório. Também a União Europeia debaixo da batuta do barão do Lila Dom Furão Barroso poderá ter um papel fundamental nestes domínios.
Os nossos jovens licenciados e bacharéis, muitos deles com uma nítida dificuldade de emprego, tanto nos reinos de Valdecacos como no Portucalense, alguns deles filhos de antigos colonos, com uma imagem algo distorcida de uma Africa que hoje já não existe, mas que lhes foi transmitida pelos pais, juntamente com um sentimento de amor e saudade que só quem lá esteve poderá compreender, poderão aí encontrar um mundo de oportunidades com um pouco de aventura à mistura, condimentos estes que ao longo dos séculos sempre fascinaram os Portugueses e os têm levado por esse mundo fora à procura do El Dorado que aqui não vislumbram.
O jantar dado em honra dos reis e chefes de estado Africanos e Europeus no Palácio Nacional da Ajuda pelo Barão de Boliqueime Dom Regressado Silva, foi um quebra cabeças em termos protocolares, acabando por serem colocados de acordo com a antiguidade que já têm no cargo. O primeiro a ser sentado foi pois o Presidente do reino do Gabão Dom Omar Bongo, há 40 anos no poder, sentando-se a seu lado o Barão de Ferreiros Dom Xico Mirandum em representação do reino de Valdecacos, logo a seguir Dom Robert Mugabe do reino do Zimbabué, à sua frente Dom José Eduardo dos Santos do Reino de Angola e ao lado deste Dom Muammar Kadaffi do reino da Líbia. A conversa entre os cinco decorreu animada, houve mesmo a frutuosa troca de experiências entre todos, quando resolverem dissertar sobre os vários métodos e artimanhas usados para se manterem no poder ao longo de décadas. Depois do jantar acederam ao convite de Dom Muammar Kadaffi para visitarem a tenda que lhe serviu de albergue durante a cimeira e que foi armada no forte de S. Julião da Barra. Deliciaram-se com um espectáculo privado de dança do ventre, proporcionado por um corpo de bailado composto por 360 virgens Líbias (72 para cada um), enquanto bebericavam leite fresco de camelo misturado com chá-mate, aromatizado com hortelã-pimenta (poção fortemente afrodisíaca de uso generalizado no Magreb). Dom Xico Mirandum veio de lá rejuvenescido e com maior determinação para enfrentar as dificuldades de mais uns anos de governação que se avizinham.
Consta-se que dos cinco apenas Dom R. Mugabe devido há sua provecta idade não cumpriu no que lhe era devido. Pelo contrário, ainda hoje em Tripoli nas conversas de serão que há em todos os Haréns, se contam histórias dum fauno pequenino mas particularmente activo nestas matérias originário do noroeste da Ibéria…

Até Breve